domingo, 25 de outubro de 2015

Janelas da vida....


Abra a janela do teu coração e deixe a alma arejar! Sabe aquele o cheiro de mofo de sonhos que envelheceu e você nem se deu conta? Deixe que o vento leve para longe...
Livre se também do ranço amargo de toda mágoa e do rancor, faça uma boa limpeza na vidraça da janela do coração, garanto que você enxergará melhor a vida lá fora...
Deixe a luz inundar tudo, apagar as marcas das decepções, as tristezas das derrotas, o vicio de sofrer por sofrer e acima de tudo, permita que o sol derreta o gelo da solidão...
Apaixone se por um sorriso e sorria junto, ilumine as janelinhas dos olhos, atraia Beija-Flores, borboletas, Vaga-lumes, ame a pessoa que o espelho reflete todas as manhãs...
Escancare a janela dos desejos e esbanje sonhos, ninguém sonha em vão, e também não é verdade que os sonhos fogem, as pessoas é que desistem, e eles morrem...
Alicerce seus desejos com bases sólidas e construa dia a dia degraus para você chegar até a sua meta, depois se aplauda, porque você conseguiu! Nisso reside o prazer...
Não permita que nenhuma sombra pesada amortalhe o sol, que nenhuma parede aprisione o vento e cale o som da vida. Jamais se transforme em órfão da luz...
Desenhe um horizonte além da tua janela, exagere nas cores e entremeie alegria entre folhas. Floresça todos os campos que tua vista alcança e depois, vá além muito além....
Exponha na janela toda a alegria de viver, mostre ao mundo um rosto luminoso, uma face sem rugas de preocupações, prontinha para ser acariciada, admirada e beijada...
Amplie a essência da ternura, semeia a brisa um gesto, uma frase doce ou um suspiro. Seguramente alguma alma comovida escutará e devolverá o eco da tua voz...
Desvia teu olhar das coisas tristes e infelizes, transforme em oásis toda aridez que aparecer, jorre venturas e aventuras em abundancia, através da tua janela....
Espalhe poeira dourada de sonhos além da janela, plante flores, colha encantamento. Permita que as sementes da felicidade se espalhem e contamine toda a terra...
Refaça tuas crenças, redima equívocos, culpas, regenere erros e falhas, distribua perdão. Valorize o melhor de cada pessoa e principalmente o melhor que existe em você....
Abra a janela da vida e seja pleno em cada coisa ainda que pareça pequena. Viva na forma adulta de ser criança, debruce na janela e não olhe a vida passar através dela... Viva!
Autora Lady Foppa

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O que é o amor

Numa sala de aula, onde havia várias crianças, uma delas perguntou à professora:
Professora, o que é o amor?
A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera.
E como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelos jardins da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.
As crianças saíram apressadas e depois de alguns minutos voltaram à sala.
A professora esperou que todos se sentassem e, quando o silêncio se fez na pequena sala, cobrou a tarefa que lhes dera: Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse: Eu trouxe esta flor, não é linda?
A segunda falou: Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.
A terceira criança completou: Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?
E assim as crianças foram mostrando tudo o que tinham captado lá fora, que pudesse representar o amor.
Terminada a exposição, a professora notou que uma das crianças tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava muito envergonhada, pois nada havia trazido.
Então a professora se aproximou dela e lhe perguntou:
Meu bem, por que você não trouxe nada?
E a criança timidamente respondeu:
Desculpe, professora. Eu vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.
Vi também a borboleta, leve e colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la.
Achei um passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.
Portanto, professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mamãe passarinho ao ver seu filhote de volta, são e salvo.
Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu a todos e, olhando a criança de mãos vazias, lhe disse:
Você foi a única criança que percebeu que só podemos trazer o amor no coração. Se você já consegue perceber as belezas que Deus criou para enfeitar o planeta que nos serve de morada, não queira reter essas maravilhas para si somente, pois isso não é amor, é egoísmo.
Se você admira as flores, deixe-as no lugar em que estão, para que os outros possam sentir também o seu perfume e admirar sua beleza.
Se você se extasia contemplando a leveza dos pássaros a deslizar no ares, não os prenda em gaiolas, para que outras pessoas possam admirá-los também. Se você aprecia ver os rios de águas cristalinas a correr por entre as pedras, não lhes polua o leito, para que outros olhos possam contemplá-los, igualmente.
Se você gosta de banhar-se nas águas limpas do oceano, não lhes turve a limpidez, para que todos possam usufruir desta maravilha.
Se você se sente bem respirando ar puro, preserve-o para que todos possam desfrutar desse benefício.
E, por fim, lembre-se: o verdadeiro sentimento de amor só pode ser conduzido no próprio coração.
História extraída do livro Histórias para sua criança interior, de Eliane de Araujo

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Navegar

Navega, descobre tesouros,
mas não os tires do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admira a Lua, sonha com ela,
Mas não queiras trazê-la para Terra.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.
Sonha com as estrelas, apenas sonha, elas só podem brilhar no céu.
Não tentes deter o vento, ele precisa correr por toda a parte,
ele tem pressa de chegar, sabe-se lá, onde.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos
As lágrimas? Não as seques, elas precisam correr na minha,
na tua, em todas as faces.
O sorriso? Esse deves segurar, não o deixes ir embora, agarra-o!
Quem amas? Guarda dentro de um porta jóias, tranca, perde a chave!
Quem amas é a maior jóia que possuis, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira,
conserva a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abre todas as janelas que encontrares e as portas, também.
Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho.
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.
Descobre-te todos os dias, deixa-te levar pelas tuas vontades,
mas não enlouqueças por elas.
Procura! Procura sempre o fim de uma história, seja ela qual for.
Dá um sorriso àqueles que esqueceram como se faz isso.
Olha para o lado, há alguém que precisa de ti.
Abastece o teu coração de fé, não a percas, nunca!
Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los.
Agoniza de dor por um amigo, só sairás dessa agonia se
conseguires tirá-lo, também.
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás, pede perdão!
Não te acostumes com o que não te faz feliz,
revolta-te quando julgares necessário.
Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela.
Se achares que precisas de voltar atrás, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado, começa novamente.
Se estiver tudo certo, continua.
Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
"O mais... é nada".
Fernando Pessoa

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Desejo-vos de tudo um pouco

- Sensibilidade: Para não ficar indiferente diante das belezas da vida.
- Coragem: Para colocar a timidez de lado e poder realizar o que tem vontade.
- Solidariedade: Para não ficar neutro diante do sofrimento da humanidade.
- Bondade: Para não desviar os olhos de quem te pede uma ajuda.
- Tranquilidade: Para quando chegar ao fim do dia, poder deitar e dormir o sono dos anjos.
- Alegria: Para você distribuí-la, colocando um sorriso no rosto de alguém.
- Humildade: Para você reconhecer aquilo que você não é.
- Amor próprio: Para você perceber suas qualidades e gostar do que vê por dentro.
- Fé: Para te guiar, te sustentar e te manter de pé.
- Sinceridade: Para você ser verdadeiro, gostar de você mesmo e viver melhor.
- Felicidade: Para você descobri-la dentro de você e doá-la a quem precisar.
- Amizade: Para você descobrir que, quem tem um amigo, tem um tesouro.
- Esperança: Para fazer você acreditar na vida e se sentir uma eterna criança.
- Sabedoria: Para entender que só o Bem existe, o resto é ilusão.
- Desejos: Para alimentar o seu corpo, dando prazer ao seu espírito.
- Sonhos: Para poder, todos os dias, alimentar a sua alma.
- Amor: Para você ter alguém para amar e sentir-se amado.
Para você desejar tocar uma estrela, sorrir pra lua.
Sentir que a vida é bela, andando pela rua.
Para você descobrir que existe um sol dentro de você.
Para você se sentir feliz a cada amanhecer e saber que o
Amor é a razão maior... para viver.
Mas se você não tiver um amor, que nunca deixe morrer em
você, a procura... o desejo de o encontrar.
(Desconheço o autor)

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Para quem é pai/mãe e para aqueles que o serão...

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos .É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados. Crescem sem pedir licença à vida. Crescem com uma estridência alegre,e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraçoe dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura. Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil... E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e cabelos longos, soltos. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros.
Ali estamos, com os cabelos esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos. Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas. Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores. Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao Shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto. No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes". Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade. E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de re-editar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam. Aprendemos a ser filhos depois que somos pais...
"Só aprendemos a ser pais depois que somos avós..."

Texto de Affonso Romano de Sant'Anna